O prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro havia dividido os bairros por Administrações Regionais, a idéia era boa, participação popular, pena que em uma cidade de pequenos califas isto não daria certo.
A parte boa desta história foi que a Administradora Regional da nossa comunidade da Boca do Rio e adjacências foi muito bem escolhida, Tânia Penna tinha uma visão muito boa das coisas além de um tino para ouvir a comunidade e trabalhar junto com a população. A administração de Tânia Penna foi marcada por uma reviravolta na comunidade da Boca do Rio.
A Boca do Rio deu um Show de cidadania sendo a comunidade que primeiro terminou as discussões e também a comunidade que mais apresentou votos contrários e modificações nos projetos. Mas aí veio a bomba mãe que mudaria os rumos de nossa comunidade, nos foi apresentado o projeto de um novo Emissário Submarino, que juntaria o esgoto não tratado da cidade de Lauro de Freitas e Região Metropolitana de Salvador e o despejaria sem o mínimo tratamento no oceano, a estação de condicionamento prévio seria numa área de Mata Atlântica do Parque de Pituaçu, que seria destruída para a construção do “Pinicão” como ficou conhecido; e pior, as tubulações passariam pelo meio da Praia dos Artistas, praia histórica da Boca do Rio.
Logo a Boca do Rio se Insurgiu sob organização de Tânia Penna, César Menezes, Nabor, Isabela Caldas, Iara Villanueva, Agnaldo Neiva, Luar do Conselheiro, o Prof. Gil entre tantos outros companheiros e Passeatas foram sendo organizadas, Audiências Públicas, entrevistas na Imprensa. Neste momento a comunidade se juntou, e foram aparecendo mais demandas de luta como um muro criminoso que ergueram separando um condomínio de classe média de uma favela no Bate Facho, o “Muro da Vergonha” como foi chamado foi apenas uma das brigas comunitárias, logo as chuvas começaram e na Baixa Fria o caos tomou conta da Rua João Nunes da Mata. Uma encosta feita por uma construtora deslizou e levou muita lama para as casas. Quem tentava passar ontem pela rua não conseguia. Antes do incidente, a Prefeitura já tinha embargado a obra. E assim foi acontecendo, as lutas foram sendo travadas com toda a comunidade.
A Boca do Rio é uma comunidade unida quando afetada, que já brigou muito por seus direitos e a todo o momento está pronta para brigar pelo justo, assim foi à luta para impedir a construção do Aeroclube; depois para impedir a construção do emissário submarino e depois a luta pela construção de um Parque para a comunidade numa área obsoleta pertencente ao Aeroclube Plaza Show, um shopping a céu aberto, além de inúmeras outras lutas.
Que massa esse blog! Parabens pra minha comunidade sempre. Essa e a BDR e suas vias, nas veias de quem vive de sua cultura e amarguras. Ase!
ResponderExcluirAh!
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